Ministério da Justiça recebe abaixo-assinado apoiando refúgio a Battisti

O Ministério da Justiça recebeu um documento com 89 assinaturas de professores universitários, escritores, intelectuais e representantes de organizações não governamentais ligadas aos direitos humanos em apoio ao refúgio concedido ao ex-militante comunista Cesare Batistti.

 

Segundo informações do Ministério da Justiça, o texto do abaixo-assinado diz que a decisão foi absolutamente jurídica. E ainda elogia a decisão do governo brasileiro como corajosa e coerente com seus princípios democráticos e progressistas.

 

“A decisão do governo brasileiro é ato de justiça, que reconhece e reafirma, ao mesmo tempo, jurisprudência relativa a pedidos de extradição de outros ex-militantes italianos […]. A concessão de asilo político a esse ex-militante respondeu também às demandas de amplo movimento de solidariedade, que mobilizou vasta rede internacional de intelectuais, partidos políticos e movimentos sociais em todo o mundo”, diz o documento.

 

O caso

 

Na última terça-feira (13/1), o ministro Tarso Genro revogou decisão do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) e concedeu refúgio ao italiano Cesare Battisti, causando protestos do governo italiano.

 

O escritor, que integrou na década de 1970 a organização radical de esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), e foi condenado pela Justiça da Itália pela suposta participação em quatro homicídios.

 

Battisti nega a autoria dos crimes e alega ser vítima de perseguição política. Seus advogados no Brasil, argumentam que o italiano não teve direito à ampla defesa no julgamento que levou à condenação.

 

Veja quem assina o documento:

 

1 – Giuseppe Cocco – Professor UFRJ;

2 – Ivana Bentes – Professora UFRJ;

3 – Rodrigo Guéron – Professor UERJ;

4 – Alexandre Mendes – Defensor Público;

5 – Alexandre Nascimento Professor FAETEC e Pré-Vestibular para Negros e Carentes;

6 – Bárbara Szaniecki – Designer;

7 – Tatiana Roque – Professora UFRJ;

8 – Caia Fittipaldi – Tradutora;

9 – Elisa Pimentel – Professora;

10 – José Lima – dirigente CUT-RJ;

11 – Tânia Marins – Tortura Nunca Mais;

12 – Vera Vital Brasil – Tortura Nunca Mais;

13 – André Barros – Advogado;

14 – Henrique Antoun – Professor UFRJ;

15 – Peter Pal Pelbart – Professor PUC-SP;

16 – Pablo Gentili – Professor UERJ e Clacso;

17 – Susana Castro – Professora UFRJ;

18 – Simone Sobral Sampaio – Professora UFSC;

19 – Luiz Camillo Osorio – Professor PUC-Rio;

20 – Felipe Cavalcanti – Médico;

21 – Geo Britto – Centro do Teatro do Oprimido (CTO);

22 – Rodrigo Nunes – Goldsmiths College, University of London, e revista Turbulence;

23 – Salvador Schavelzon – Antropólogo;

24 – Mariangela Nascimento – Universidade Federal da Bahia – Instituto Cidade;

25 – José Augusto da Silva – Diretor do Instituto Cidade;

26 – Fábio Lobianco – assessor jurídico – Instituto Cidade;

27 – Gerardo Silva – Pesquisador UFRJ;

28 – Leonora Corsini – Pesquisadora UFRJ;

29 – Alipio Freire – Jornalista e escritor;

30 – Heloisa Fernandes – Escola Florestan Fernandes do MST – Professora USP;

31 – Renato Simões – Secretário Nacional Movimentos Populares do PT;

32 – Arthur Goncalves Filho – Industriario aposentado e tradutor;

33 – Laizio Rodrigues de Oliveira – Livre Pensador;

34 – Laurita Salles – artista plástica;

35 – Tereza Maria Copetti Dalmaso – professora estadual, RS;

36 – Ricardo Campo – Unesp;

37 – Diego Silva – Músico;

38 – Irineu José Dalmaso – professor estadual, RS;

39 – Amyra El Khalili – Professora (Economista);

40 – Adriano Copetti – Juiz Federal;

41 – Alice Copetti Dalmaso – Bióloga;

42 – Silvana Copetti Dalmaso – Jornalista;

43 – Gabriel Santos de Araújo – professor de literature;

44 – Leonor Nunes Erberich – professora de inglês;

45 – Adauto Melo – Grupo Beatrice;

46 – Sara Vitelloni Tibola — arquiteta e urbanista;

47 – Talita Tibola – psicóloga, mestranda em educação;

48 – Daniel Dutra Trindade – psicólogo, mestrando em psicologia social;

49 – Pedro Copetti Dalmaso – Médico;

50 – Alyda Sauer – tradutora;

51 – Jorge A. Bittar – arquiteto;

52 – Ruth Maria Scaff – Professora UnB;

53 – Lincoln Secco – Professor USP;

54 – Rui Martins – Jornalista e escritor;

55 – Celso Lungaretti – jornalista e escritor;

56 – Guilem Rodrigues da Silva – poeta e juiz de segunda instância;

57 – Regina de Toledo Sader – Prof.aposentada – USP;

58 – Ricardo Cavalcanti-Schiel- Antropólogo;

59 – Laerte Braga – jornalista;

60 – Mário Augusto Jakobskind – Rio de Janeiro – jornalista;

61 – Beth Müller – psicanalista;

62 – Caio Martins Bugiato – mestrando UNICAMP;

63 – Helio Gusmão Filho – Historiador/UESB/Vitoria da Conquista-Bahia;

64 – Marilourdes Fortuna – Assistente Social e Professora de Filosofia;

65 – Luiz Gozanga (Gegê) Central de Moviemntos Populares do Brasil;

66 – Júlio César de Oliveira Valentim – jornalista;

67 – Pedro Barbosa – Mestrando;

68 – Leonardo Botega – professor estadual –RS;

69 – Leonardo Palma;

70 – Lúcia D. Coppetti;

71 – Sandra Cristina G. Benedetti – Presidente da ObeeC – Organização Brasileira de Educação e Estudos Contemporâneos;

72 – Gil Soul – Cantor e compositor;

73 – Ismar C. de Souza;

74 – Dirlene Marques Professora Universitária;

75 – Dulce Maia de Souza;

76 – Zenalde Machado de Oliveira – cientista social;

77 – Fernando Claro Dias – advogado;

78 – Caio Martins Bugiato – mestrando Unicamp;

79 – Celeste Marcondes;

80 – Benedito Prezia – antropólogo e professor;

81 – Penha Pena – Arquiteta e Urbanista;

82 – Nélson Serathiniuk – sociolólogo;

83 – Urariano Mota – escritor e jornalista;

84 – Gloria Seddon – psicanalista e artista visual;

85 – Marly Vianna – professora UFSCar;

86 – Antonio de Medeiros – Jornalista;

87 – Cláudio Batalha – professor Unicamp;

88 – Jesus Carlos – repórter fotográfico;

89 – Wakina M. Britto Lima – pedagoga

 

As informações são do site Última Instância

Sobre Osvaldo Bertolino

Jornalista, natural de Maringá — Noroeste do Paraná.
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Uma resposta para Ministério da Justiça recebe abaixo-assinado apoiando refúgio a Battisti

  1. Indignado brasileiro disse:

    Em carta aos brasileiros, italiano conta como Battisti matou seu pai açougueiro.
    Frio, Battisti se deliciava com o “sangue jorrando” de suas vítimas.
    Lino, o açougueiro: vítima de crime comumAtualmente aos 46 anos de idade, Adriano Sabbadin tinha 17 quando o terrorista Cesare Battisati e seu bando invadiram o açougue de seu pai, Lino Sabbadin, e o mataram. Indignado com a proteção do governo Lula ao assassino, concedendo-lhe asilo político, Sabbadin fez publicar no jornal Corriere del Veneto uma carta aberta aos brasileiros. A tradução é do jornalista Giulio Sanmartini:
    “Vivo em uma pequena cidade na província de Veneza. Escrevo a todos os brasileiros, pois hoje me sinto profundamente ferido pela decisão de vosso ministro da Justiça de considerar Cesare Battisti um refugiado político. Há 30 anos ele assassinou meu pai. Não quero vingança, mas uma justiça que não chega. Quem é Battisti: ele começou na política dentro do cárcere, detido que estava por crimes comuns, aí conheceu o terrorista de extrema esquerda, Arrigo Cavallina.
    A primeira vítima dos Proletários Armados para o Comunismo – PAC, foi o suboficial da guarda carcerária Antonio Santoro. Quando este sai de casa para o trabalho, Battisti lhe atira nas costas (6/6/1978). Retornando ao seu grupo ele conta excitado à sua companheiraos efeitos de ver “alguém jorrando sangue”. Depois de uma série de assaltos o grupo resolver centrar contra aos agentes da “contra-revolução”, isto é, comerciantes que haviam reagido contra assaltos comuns.
    Inicialmente pensou-se em somente feri-los, mas a vontade de mostrar a própria força a outros grupos de terroristas de esquerda, convence o PAC que é necessário fazer ver que se é capaz de matar. Chegaram a nosso açougue pelas 4 e meia da tarde. Meu pai, ajudado por minha mãe, atendia a algum cliente, eu estava nos fundos falando ao telefone, quando ouvi os tiros de pistola que ribombavam nos meus ouvidos. Apavorado, corri para nossa casa que ficava no andar superior, depois de longuíssimos minutos vi homens que saiam num carro em disparada. Quando cheguei ao açougue, vi minha mãe com o avental branco todo ensangüentado e meu pai no chão dentro de uma poça de sangue. A ambulância chegou rapidamente, mas nada pôde fazer.
    Nos processos, seja a perícia e o testemunho de um arrependido, fez ver que Battisti tinha dado, sem piedade, os tiros mortais em meu pai. Battisti esteve sempre presente no grupo armado, colocando à disposição sua experiência de bandido e ficou conhecido por sua determinação em matar, jamais hesitando em fazê-lo.
    Por todos estes crimes Battisti cumpriu somente um ano da cadeia, enquanto minha vida ficou completamente destruída. Me vi aos 17 anos como o chefe de família e um vazio que com o tempo só fez aumentar. Não pode existir paz sem justiça e a minha família justiça, não a teve.
    Não consigo entender o que levou vosso ministro da Justiça e classificar Battisti como um refugiado político, declarando que na Itália existem aparatos ilegais de repressão ligados a Máfia e a CIA (Central Intelligence Agency), por isso não pode conceder a extradição, o fato me parece uma folia e mais que isso, ofensivo à nossa democracia.
    Peço que façam um apelo ao vosso presidente para que reveja essa decisão.
    Adriano Sabbadin”

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